Numa quarta de raios,trovões,na segunda quinzena do mês de março,realizando um dos rituais que me deixa futilmente invadida de contentamento,ir ao salão de beleza,foi que percebi o quanto a juventude burguesa que está surgindo com seus titulos,seus porta malas ensurdercedores,consumo de drogas compulsivo e o preconceito amolado me dão medo,Eliene é a dona do salão de beleza,temos histórias parecidissímas,rompemos com os sacro-lacres que a sociedade nos envolve,não temos medo da entrega e nem de declarar o fim,nesta conversa "filosofica" sobre o fenômeno da pervisidade contra o que e quem é diverso nesse novo contexto social, foi que minha cabelereira cantou os versos:
Não sou escravo de ninguém
Ninguém, senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E, por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz.(Metal contra nuvens,Renato Russo)
Fiquei tão emocionada,estava diante de mim uma "rebelde evangelica",cantando Legião Urbana com tamanha verdade,que trazia para si a responsabilidade de ser "livre".Sinto falta disto,dessa coisa de querer ser livre,destemita,de cara.Somos de uma mesma geração Eu,Eliene e Ediney Santana,achavamos tudo podre(achamos ainda),mas aos sábados viamos Renato Russo na TV,cantavamos seja no grupo de jovens,namorando ou no chafariz da praça que "Temos o nosso próprio tempo",não eram as fotografias saturadas de fotoshop que despertavam nossa sexualidade,havia sempre um violão,havia poesia contestadora,influênciada por "Renato",a beleza era cultuada sim,mas não era mais importante que o carater,o talento.Será que somos culpados por tanto individualismo?Será que foi a juventude anos 90,que começou a matar a poesia,começamos a plantar esse povo infeliz,intolerante, juventude "reality show".Cresci ouvindo os "Menudos" cantando "Não se reprima",esta semana lí sobre a saída do armário de Rick Martin(quanto tempo silenciosamente sofrido),viajo todos os dias ouvindo intolerâncias sociais e sobre orientação sexual proferidas por jovens de classe média,nos seus 20 anos e que não gostam de ciência,leio sobre violência aos pretos,pobres,bichas,e mulheres de cabelo duro,gordas,putas,sapatas,recebo mensagens de supostos amores,que estão findando ou que ainda estão por vim,penso como vou educar meus meninos e como farei a revolução,existe em mim muito de Ranato Russo,foi e é um grande mestre,coincidência ou conspiração,na semana do aniversário dele,num templo à beleza falsa,com uma mulher negra, sem academia,ouvindo musicas evangelicas,encontrei uma companheira de luta,isso me dar uma segurança de que o que vejo,alguem também vê,nada está perdido,totalmente.Somos uma parte dos "despartidários",religiosos e libertários,olhando para o próximo,querendo amar,desejando beijos,sexo revolucionário,declarando guerra para gritar "liberdade",sem medo de nos arrebentar,por pari,por amar e não ser amada,por não conseguir pagar as contas no fnal do mês,nada disso rouba a "nossa coragem" em sermos felizes para sempre!
Dedico esse texto aos jovens projetos de rebeldes revolucionários:Thiago(meu filho)Luana(minha afilhada)Hesli Fabricio(amigo de Lua nova)Douglas Nassife(amigo de Lua nova tbm)que quando deixarem no caminho da luta o excesso de burguesia há que foram condicionados pelo sistema social,realizarão a revolução,que não será televisionada!
2 comentários:
sobre o texto:
"E há muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno:
É dor se há, tentava, já não tento.
E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal faço cidade
E insisto que é virtude o que é entulho:
Baldio é meu terreno e meu alarde.
"
Renato Russo
Nossa amei por tudo esse texto. Primeiro ao indispensavel Renato Russo, a liberdade, a revolução e a você. Meu nome está gravado nesse escrito me deixa muito feliz.
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