sábado, 30 de maio de 2009

A coisa publica,a sociedade civil e o trade...Onde está o povo?

Definitivamente a revolução social está muito longe do nosso tempo, posso fazer essa afirmação não por estudos acadêmicos, leituras dos principais cientistas orientais, fotografias, manifestos e um monte de engodo que até hoje vi, ouvi e li. A minha convivência com a coisa publica, com meia dúzia de gente da sociedade que se “acha” porque possui um titulozinhooooo, ou ascendeu por meio do QI(Quem Indicou). e o voraz mercado de trabalho (digamos os empresários insanos por dinheiro fácil) me diz na pratica que não existe o mínimo de respeito pela população, por nós que pagamos impostos e ficamos envergonhados com as contas atrasadas, que nos preocupamos com o próximo, achamos que existem vitimas sociais e nos indignamos quando alguém diz:
-Rouba mas faz!

Muitas pessoas me alertam sobre minha posição diante ao sistema, que devo ser mais moderada quando percebo um colega de trabalho querendo favorecer os amiguinhos e parentes com a maquina publica,. Quando digo aos pobres e miseráveis que eles devem fechar as portas para esses intelectuais que exploram a pobreza em suas teses cientificas e não retornam em beneficio para os que foram objeto de estudo, não concordo com gente que faz documentário, tira fotografias,apresentam em mostra de artes e não fazem absolutamente nada para melhorar a comunidade fudida que foi inspiração para a arte, isso é tão terrível, não acontece somente em minha cidade, costumo dizer que a pobreza só é poesia na fotografia.
Não vou mencionar os políticos, esse realmente já é um mal identificado que não sabemos como extirpar.
Andei trabalhando no Bembé do mercado e fiquei assombrada com a postura do povo de Axé da minha cidade,a maioria parece um rebanho de gente faminta, que vive a esmolar, fazem do candomblé uma manifestação folclórica estereotipada pra gringo de quinta ver, fiquei do dia 11 até o dia 17 de maio tentando ver verdade naquela gente, entender o que é um babalorixá (pai de santo), yalorixá (mãe de santo), entender que existe espiritualidade mesmo,que o Xirê é um protesto do povo negro, da religião contra a escravidão, como fez João Obá ao desafiar a policia há 120 anos atrás.
Quando acompanhei o presente até Itapema, uma filha de santo me chamou para fazer uma queixa a organização do evento, reclamava sobre o transporte disponibilizado que não esperou o grupo do terreiro que ela fazia parte, tenho certeza que ela se arrependeu de ter me chamado para fazer a queixa, porque imediatamente fiz minha queixa a também, questionei o esquecimento da relação religiosa pra pousar como grupos folclóricos, a falta de postura social, alfinetei como eles poderiam fazer uma revolução social, mas eles preferiam esmolar comida, falar mal um dos outros e puxar o saco do povo que vem de outras cidades e países dando o melhor para eles, e não pedindo o melhor deles para nós.
Sei que existem pessoas, entidades que fazem trabalhos maravilhosos, conheço muitos, mas são pessoas que vivem sacrificadas, não levam o mérito nem o respeito pelo que fazem, que muitas vezes são discriminados pelos grandes e poderosos, e por isso se afastam da luta ou permanecem lutando na corda bamba.
Ainda não escolhi o lado que vou lutar, detesto política partidária, vivi o suficiente para não acreditar em presentinhos e elogios, o dinheiro há muito tempo não me seduz, agora possuo um defeito terrível para quem está onde estou, me importo muito com a opinião alheia, ainda gosto de agradar as pessoas, aquela coisa de ser simpática, entretanto aprendi com a vida que gente com esse traço de ser legal, geralmente só se f...!
Ai.ai...só me resta ter “fé” e preparar o caminho para talvez quem sabe ,ver meus filhos e os que estão ao lado deles fazerem a revolução!

3 comentários:

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

senhora puder passe nesse link
http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/alexfavilla/

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

se puder vá aqui também http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/lumina/

Jurandy Boa Morte disse...

"não concordo com gente que faz documentário,tira fotografias,apresentam em mostra de artes e não fazem absolutamente nada para melhorar a comunidade fudida que foi inspiração para a arte" - Infelizmente isso é corriqueiro por aqui, além do mais os próprios destinatários das atenções: sambadores, povo de santo etc, acostumaram-se à posição de macacos exóticos enjaulados e expostos para o homem branco ver.
Acredito que houve melhora. Neste ano no bembé do mercado, pelo menos, com as palestras, percebi um direcionamento e organização de tudo o que ele representa. A festa começou a ser pensada, o que possibilitou a você fazer esta espécie de diagnóstico; agora é trabalhar seja por nós ou pelos que virão.
Sempre passo por aqui e gosto de ver suas reflexões. Parabéns pelo Blog.

Bju.