segunda-feira, 7 de maio de 2012

Xingu!




Confesso, não fui assistir Xingu movida pela minha admiração pela nação indígena. Confesso que fui mais empolgada ver a atuação de Camila Pitanga em Eu poderia receber as piores noticias dos seus lindos lábios, uma grande atriz, num filme péssimo. Fui assistir Xingu por conta de uma critica que li no Estadão, fiquei comovida com a falta de publico nos cinemas. Assistir por solidariedade aos indígenas. Meu espirito solidário me presenteou com um grande filme nacional,bem dirigido,fotografado e escrito,como me disse Ediney Santana: Só existem duas alternativas para um filme histórico.Ou ele é muito bom,ou péssimo. Xingu me emocionou de tal forma que chorei.Chorei muito,chorei pensando no que Belo Monte em pleno Século XXI vai causar a essas nações,que teimamos em ver como menores e sem civilidade,alias a palavra civilidade me causa arrepios,assim como evoluída e desenvolvida nos contextos que são colocadas.Fernando Meireles,que participa da produção, entrevistado declarou que depois de Xingu, não filma mais produções brasileiras, que só consegue formar publico com suas montagens de comedias,que particulamente detesto.Xingu até ultimas infirmações só teve 300 mil espectadores,não sei e não vou procurar saber quanto a nudez de Camila Pitanga(desperdiçada) levou às salas. Mas deixo a minha solidariedade para quem chega aqui no meu espaço para ler meus devaneios.Assista Xingu, você terá a honra de ver uma grande produção nacional,que remonta a viagem dos irmãos Villas-Bôas no diário de viagem A Marcha para o Oeste. Uma grande obra para a reflexão de como ainda pensamos sobre cidadania indígena e como o poder politico do nosso país despreza esses povos. Um filme que dignifica xs indígenas como gente e não como bicho exótico e sensual do meio do mato,e de como o "o homem branco" é uma arma destruidora de gente,ou um mecanismo de integração e respeito ao próximo,tudo isso depende de que lado ele escolhe ficar, infelizmente Villas-Bôas não aparecem como maioria,conheço poucos no contemporaneo,se é que no passado de fato existiram. Que nossas produções tratem a nossa historia com o devido respeito e tentativa da verdade como foi feito nesta montagem e que como pessoas que buscam a cidadania,a gente comece a olhar a diversidade de forma mais justa e solidaria,porque solidariedade suscita respeito e não caridade de esmola. Os povos indígenas merecem respeito por se tratarem de gente politica, cultural e com efervescência de saberes,isso sim é digno,isso sim é promover desenvolvimento!



P.S: quero declarar a minha imensa admiração por dois "homens brancos" que me fizeram enxergar esse filme com olhos de humanidade.Profº Miguel Accioly,pessoa da qual tive o prazer de ser aluna na ACC-UFBA e o repórter Washington Novaes,que na atualidade é o "homem branco" que melhor sabe me dizer sobre as nações indígenas e que sai na defesa desses povos e contra a construção da usina belo monte. A esses "homens brancos" meu profundo respeito!

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