Estou aqui esperando o pastel doce da festa de enceramento do ano letivo do meu caçulinha e ouvindo Letuce cantandoTuna Fish. Este tempo(não me situo mais em anos, meses, ou seja, em datas)que vivo começa um despertar da melancolia, uma saudade de todo mundo que passou, do que já vivi. Veja só comecei até a sentir saudade do meu casamento opressor(kkkk). Tenho visto no meu rosto os primeiros sinais de que não sou imortal, ando vivendo outras belezas de fato e tristezas também. Ser uma observadora do seu tempo tem dessas, um entre e sai de gente, começamos a selecionar os sorrisos, secar as lagrimas e principalmente o começo da aprendizagem de que tudo, tudo, tudo, vai embora. Gosto até da ilusão de que o momento em que desejo e saciedade serão infindos. É bom sentir isso, de que pode ser para sempre o que a gente deseja. Mas o despertar, ah esse devir... O amanhecer inevitável na minha vida me traz e tira todas as possibilidades de permanecer eterna, invencível e egoísta.
Sempre evitei esse momento em que estou. Andar de sandálias, engolir a seco e falar baixinho é um grande exercício para a pessoa espalhafatosa que se afirma em mim e que gosto, mas que merece um bom descanso. Não sou uma pacifista, porem não quero viver em guerra. Quero reconciliação com quem amo, ou amei, que me ama ou amou. A canção de Letuce, Binóculos me fala: “que de todas as coisas, eu espero que você permaneça em mim” Lindo isso, quando ela fala sobre o voou do passarinho.
O pastel doce assou, meu caçulinha está radiante, porque estou dedicando o pouco tempo que ficamos juntos para ele. Voar é isso, estar junto, permanecer leve e essa leveza é aprendizado que não acaba.
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