Ontem agradeci muito por ter nascido com uma “xereca”. Presenciei dois casos diametralmente diferentes, porem, casos de homens tolos. Freud por muito tempo foi referencia quando dizia que a mulher tinha inveja do “pênis”. O homem era transcendência e a mulher imanência. Ao homem a liberdade à mulher as coisas fúteis da emoção. É aí que começa a desgraça dos homens machinhos, com seus pênis eretos e carros tunados. Essa coisa linda /feia que inventamos e que nos aprisiona chamada Amor, é muito mais bem vivida para nós, às sentimentaloides, do que para eles, os libertos. Os homens vivem tão concentrados no seu falo e na sua cega sana de ficar rico, para consumir, que esqueceu de estudar a mulher, como as mulheres os estudam. Na contemporaneidade relações sexuais com continuidade, chama-se “ficar”. Um jogo relacional onde ambos, não querem compromisso, ou não querem “pagar pau” falando que quer namorar, porque falar que quer namorar, atualmente apavora os homens. Para os que nasceram com pênis e são educados pela cultura ocidental, que a rotatividade de xereca deve ser frequente e diversa,devem sempre estar no comando. O que é o comando? Um telefonema, ou torpedo, MD do Twitter, Depo do Orkut, solicitando a presença da “xereca”, no melhor tempo, espaço e disposição deles. Para elas esse telefonema significa que o ficante pode estar realmente se apaixonando e vai dá namoro. Mesmo sabendo que vai dar merda, que ele não é bom de cama, que tem namorada, o “papo é o erro”, enfim, uma bobagem! Nem a mais escolada piriguete ou a prostituta mais vivida do brega, desconstruíram esse sonho que nos foi imposto, de que precisamos de um “homem pra chamar de seu”. Isso é uma chatice, digo porque sou mulher e me vejo sempre presa nesta armadilha, entretanto, somos muito mais livres em admitir isto e enganar eles.Conheço mulheres que se vestem em roupas que realmente não lhe cabem, fazem o tipo não tenho ciúmes, sou livre,você fica com quem você quiser.Mas quando descobrem que o “ficante”, realmente fica com outras. Ai,ai,essas meninas usam de toda astucia para eliminar a concorrente do caminho de ascensão ao paraíso dos namorados. Utilizando toda malícia e do seu sexo parceiro pra qualquer coisa, estas meninas conseguem ser canonizadas pelos ficantes, viram Santas. Afinal elas curam a carência dos meninos, que estão tão cansados ou estressados que não querem bater punheta. Oh Freud! Lamento informar, nós não temos inveja do pênis, sabemos que nossas vaginas são muito mais poderosas. Sabemos fingir orgasmo e não nos sentimos fracassadas por isso, na maioria das vezes a gente faz piada. Oh! Como os homens são inocentes, como acreditam em gritinhos, expressões corporais. Somos benevolentes, os homens são tão frágeis que seria mortal para eles a verdade da mulher. Sempre deixo a dica para meus amigos, mas eles confiam tanto nos poder ereto deles, que fico “jogando pérolas aos porcos”. Uma amiga lésbica me disse que sempre levou os ex namorados para onde ela quis, já com as namoradas a coisa é diferente. De fato sabemos que para viver harmonicamente com um homem devemos nos fantasiar de meigas, singelas, compreensivas. Devemos falar pouco sobre coisas intensas, tipo: política, mercado de trabalho (nossas ambições é claro), problemas existências, intelectualidades, feminismo (principalmente) e de como somos bem sucedidas no que fazemos. Enfim, devemos ficar caladas, ou fazer a linha engraçadinha e discreta. Esta formula dá muito certo principalmente com as eternas “amantes”. Deus, como essas criaturas lindas que tem alta concentração de testosterona, que só faltam ter orgasmo quando passam perto de uma BMW e que se dedicam com afinco ao seu sucesso profissional (pois entendem que tudo é uma questão de” classe”) ficam perdidos quando caem no laço do amor (ai q cafona) Tem um dia, que não é a mais linda, nem a mais discreta, nem a mais paciente, nem a melhor de foda (apesar de que as melhores no coito são as que avassalam mais o coraçõezinho desta frágil criatura) pode não ser a namorada ou a esposa, que arrasa a razão e bom senso do rapaz. Os homens tadinhos, fazem malabarismo para encaixar a razão, onde ela não cabe. Vejo homens infelizes casando para fugir do grande amor, ou se violentando, pela distancia que deve manter da amada, que se envolveu simultâneamente com outro rapaz. Sei de muitos que já mataram e já tiraram a própria vida por conta desse orgulho de macho. O amor para o homem é muito mais sofrido do que para a mulher. Foi nos dado o direito de chorar, de ser corneada e perdoar, de casar somente porque queremos ser sustentadas e achamos uma bobagem essa coisa de realização profissional (sic), podemos ser fúteis e mesmo assim sermos respeitadas como a esposa de fulano dono de tal lugar. Ontem ouvi de um homem, casado, branco, milionário. que ele gostava de uma mulher e sabia que jamais poderia voltar, ela era o “inferno dele”. Livre, inteligente, gostosa, escandalosa, preta, artista e descarada, foi assim que ele a chamou. Na cabeça deste homem esta mulher não cabe, mas o corpo dele pede , pulsa, jorra por ela. Resultado vive atrás da criatura “demoníaca”. Talvez o final dele seja num hospital particular, com sua resignada e agora milionária e livre branca esposa, comprada numa casa de família tradicional e moralista. O sonho de consumo de todos os machinhos. Acredito que estamos caminhando para um lugar melhor, tenho muitas amigas que romperam com essa coisa de “casar” pra ser propriedade privada, e conheço muitos homens que se permitem sim, viver com seus amores de verdade, e não ficam caçando “bucetas” para colocarem no congelador, vivem amando até que o tédio os separarem.
P.S: têm coisas q a gente não consegue mudar, a minha coisa mais estúpida em viver relações afetivas é ser monogâmica. Percebi que todas as vezes que trair foi porque não queria mais. Enquanto existiu sentimento os meus olhos estavam com os que amei. Eu só sei viver o Amor se me doar, é a coisa mais linda que existe. Isso não quero perder , quero viver me dando aos outros, sem fazer disto uma prisão!
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