terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Invocações de desconstrução!

Escrevi tantas cartas neste ano de 2013, que acabei me afastando deste espaço. Não determino mais sobre resoluções para ano novo, posto que meu tempo é cronometrado de outra forma, diferente da nossa cartesiana invenção ocidental de controle, não acredito em ano novo, coisas novas, acredito em projetos, construções e principalmente DESCONSTRUÇÕES, adoro essa palavra. Creio que nesse tempo onde me dispo de resoluções e compartilhamento de rituais materialistas de final de ano, a palavra DESCONSTRUIR me define de forma feliz. Entrar em contato com a ideologia feminista, me reconhecer como mulher negra, e compreender que entre as coisas mais belas e dignas da minha vida, está desconstruir e aprender a ser mãe. É contraditório, mas nesse meu tempo, foi isso que aprendi e que me faz uma pessoa que gosto de ver, mãe, mãe dedicada, que ensina a lição de casa, que dialoga, que coloca as coisas e a comida para ser digerida, degustada e valorizada. Talvez meus filhos não percebam o quanto de mãe começou a existir em mim, o fato é, ser mãe nesse tempo, foi aprender a desconstruir sobre relações de poder, viver totalmente por amor. Bem verdade que para mim  foi sofrido, está desmontando essas relações é terrível, porque infelizmente fui educada para considerar a opinião alheia, que por diversas vezes me apontavam como um fracasso, decidi ser mãe, em tempo integral, sem tempo, sem grana para as coisas que o poder elege como melhores, o poder não considera as pessoas, o tempo que a gente dedica amando os nossos, essa foi a parte mais pesada do meu tempo, sei que ainda vai continuar. Ouvi muita bobagem, sexismo, de forma diferente, não era mais a mulher nua, era a mulher mãe, a que se dedica á casa. Não acredito na família, não fiz minha escolha pela família, foi uma escolha espiritual, foi totalmente por amor. Isso me faz imensamente melhor, não para o outro, me faz melhor quando me vejo, quando sinto o delicioso trunfo de está fazendo a coisa certa, de escolher "amar" que por mais clichê possa parecer, porque amar é tão banalizado na escrita e nas postagens cafonas com flores e paisagens em cores que não me agradam, que parece algo menor. Se devemos seguir o tempo do calendário católico, ocidental, e dá pareceres sobre o que fomos neste tempo, afirmo, fui feliz, fui gente boa demais, fui correta com as pessoas que amo, tentei (porque é difícil) organizar a vida, a minha vida com leveza, tentei estipular um cardápio diário (não funcionou), li mais e bons livros, falei bem menos (muito bem), anulei a maldade alheia, simplesmente não me importei, fortaleci lindamente a minha espiritualidade (isso me foi, e é, muito caro), descobri o AMOR, o velho e bom amor, amigo, poeta e do meu lado (ele sempre esteve). O que fica definido neste tempo? Que as coisas belas são possíveis, e que tudo em minha vida, é responsabilidade apenas minha, nada tem a ver com o outro, o outro só se achega em bondade e maldade, se assim  permitir, porque o outro tem muito de mim, essa aprendizagem ainda está concretando, assentando o piso. Por agora desconstruo de que os outros são a força motriz da minha trajetória, os outros não o são. "EU SOU a mudança que desejo ser, e conscientemente devo manifestar esse desejo sempre, todos os dias" muito além da data da "folhinha" da minha cozinha. Eu invoco o meu desejo para o universo e ele retorna em forma de luz, bondade, harmonia, beleza, entusiasmo e muito, muito AMOR. Eu amo até você, e isso me faz feliz!

2 comentários:

Unknown disse...

Achei muito lindo essa postagem, mostra a verdadeira pessoa que sempre foi.
Abraço L. Sócrates.

Unknown disse...

Volta sim menina!!