quinta-feira, 26 de julho de 2012

Vi Deus e o diabo no mesmo dia!


Deus é essa milenar árvore




Ontem, fui trabalhar no lugar mais alto da minha cidade, e me deparei com uma das maiores experiências da minha vida, vi diabo e vi Deus. Muita gente deve ter passado por isso, então não há nada de muito especial ou de privilégio, posto que não estava sozinha, mas nenhuma das minhas colegas  relatou ter vivido tal fato, pelo menos ontem.
Encontrei o diabo numa casa de taipa, não posso relatar como ele se apresentou, obviamente, ele meteria um processo, que certamente sairia vencedor. O que  posso declarar deste nosso encontro são duas caracteristicas peculiares que identifiquei no diabo, ele tem pênis e possui uma arma de fogo, e abusa deste poder, é incrivel. Foi tão aterrorizante que tive medo de fotografar, mas fotografei as misérias que ele andou me mostrando. O desgraçado tentou me estrangular, por minutos calei, senti uma falta de ar apavorante, diante de tanta pobreza, e o satanás não parou   por aí, ele me mostrou que não age sozinho, algumas pessoas são cumplices dele, inclusive pessoas que gozam de certos "privilégios" Ah...o diabo odeia as mulheres e é latifundiário,  tudo que ele toca enlouquece,  inclusive em quem indroduz o pênis e engravida.
Arrasada e sufocada com o testemunho da presença do satanás, partir a procura de oxigênio.
Foi um grande prazer encontrar abelhas nativas trabalhando, com a sua natureza dócil e cordial, tão parceiras beijando flores e produzindo mel. Abelhas nativas são criaturas tão superiores, não precisam de ferrão para viver  numa sociedade perfeita.
Caminhei e via a ação do diabo no olhar alcoolico da mulher, nas cercas de arrame farpado. Andando a irradiação do maléfico ia desaparecendo com as cores das flores minúsculas que encontrava pelo caminho, tão lindas e corriqueiras, exóticas, limpavam  a sujeira satânica, que tomava a minha visão.
Eis que surge o divino entre bananeiras. Vi Deus, uma criatura imensa e linda, milenar. Deus é uma árvore, jaqueira, cheia de bromélias, orquideas, fungos, tinha até pimenteira nascendo do tronco de Deus. Vi ali que Deus era mulher, uma mulher com mais de mil anos, mãe, com uma cicatriz imensa, causada pela ação dos cupins, que deixaram Deus mais bonita com aquele buraco profundo de madeira, que em nada atingiu o seu vigor. Deus é perfeita, parindo novos galhos, suporte para todo tipo de vida. Abracei Deus, conversei e vi que o tronco de Deus, era feito de várias esculturas de cabeça de gente, vi uma negra mulher de turbante com uma criança nos braços. A equipe ficou encantada por Deus, mas ninguem consegui vê-la, só eu abracei e fiz uma oração, não queria sair de perto daquela criatura frondosa e imponente, mas ela me disse que eu tinha que seguir, porque o melhor ainda estava por acontecer.
Deus estava certa, vi o horizonte mais incrível da minha cidade, lindo, cercado pelos arames, claro, mas n deixava de ser uma imensidão tonal de verdes. Havia uma casa, simples, de pessoas simples, havia uma mulher louca, e uma mãe muito jovem com o seu filho de meses no colo, tão lindo e amado. A mãe da criança me disse que eu ia adorar ver as Açucenas abertas de noite, Deus novamente se apresentou para mim, agora era uma  Oxum, a minha Oxum, estava numa flôr miúdinha, tão alva, mas florescendo na ponta de uma haste. Deus não estava nas terras do grande latifundiario, Deus estava nas terras das pessoas simples, plantadoras de bananeira. Deus não me passou uma mensagem profunda de mudança da humanidade, nem  como salvar as pessoas, ou qual religião seguir. Deus me deu lindas fotografias e apresentou minha cidade, numa beleza que pouca gente viu. 
Depois deste encontro com  Deus fêmea vegetal, não sei se foi o aspecto espiritual, mas saí feliz e desejei a um senhor que plantava mandioca uma excelente colheita, isso foi gritado (rsrs). Parei numa casa e fui logo interrogando se a dona da casa era do Axé, ela confirmou me mostrando o quarto do Santo. O velho que desejei boa colheita, veio ao nosso encontro e nos presenteou com suculentas laranjas, colhidas na hora do pé. A mulher mostrou um abismo profundo, que no final sai uma água mineral de altissima qualidade e me convidou a voltar. Acredito que a vida é assim, esse abismo, que a gente morre de medo mas que no final tem sua riqueza.
Voltei feliz para casa, desejando ser rica para poder comprar as terras onde Deus se apresentou, pensando em milhões de coisas. A única que realizei até agora foi as lindas fotos que guardarei desse momento incrível da minha existência.
Quanto ao diabo, ele continua agindo, hoje tentei desarmar a vida boa dele, mas pelo andar da carruagem, acredito que ele continua com seus acordos. Mas ele não consegue tirar a presença de Deus em mim, a não ser por uma gripe desgraçada que me pegou, assim que cheguei no ar, infernal da sede desta cidade.

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