quinta-feira, 5 de julho de 2012

"Apesar de tanta e não tanta dor..."

Um episódio muito comentado nesses últimos dias (que pelo imenso carinho que tenho pelas protagonistas deste fato histórico, não mencionarei nomes)fez-me voltar às aulas de Estetica I com o querido professor "Saja". Lembro que adentramos ao pensamento filosófico alemão sobre a obra de Arte e uma declaração de Heidegger no canonico "A origem da obra de arte" me encantava: A arte transmuta o artista! Antes que seja espancada pelos eruditos, quero declarar que não está em ipisis literais a afirmativa do filosofo meio nazista, meio anti-nazista, nunca entendi direito, porque a pouco tempo me dedico aos estudos sobre a história da conduta política deste basilar da filosofia ocidental, logo que me encanta mais a filosofia africana e sulamenricana. A teoria "Heideana" me tomou em nostalgicos pensamento, não por se tratar da EBA-UFBA uma fase maravilhosa da minha vida, sempre odiei EBA-UFBA e seus medalhões semi-deuses. O que move ao fato de que a arte não é uma "coisa" que pertence ao poeta, é justamente a conduta politica do poeta, que macula a arte que por ele foi parida. Um grande exemplo são nossos filhos, autonomos como gente, podem ser mais brilhantes do que somos, mas sempre leverão a nossa presença. Quem me conhece sabe qual é a musica que mais me emociona, e por esta canção estou aqui escrevendo esse lamento. A história, provavelmente vai macular o poeta da minha canção, estamos a 3 meses assistindo um episodio da historia ser escrito, mais um episódio onde entidade sindical se bate com governo instituído, a batida história do poder, grana, partidos políticos, desvalorização de quem tem um "micro-poder" multiplicador. Resultado, movimento violento. Sabemos onde tudo isso vai parar. Mas a obra de Arte? Para mim a canção, a minha canção, está mais triste, sei que como diz o poetinha, a poesia é triste. Mas afirmo que ela fica tenebrosa quando ela decide servir ao Estado, a poesia não rima com a ordem, a poesia apesar de muito bem escrita, não pode ser positivista, alguem pode recitar um artigo de lei poetico, cujo a vigencia é eficaz? A poeisa ao contrario das leis, é trasformadora, uma menina retada que deve correr, cair, chorar e voltar a correr novamente. Ao contrario das leis, uma menina velha, contida, controladora, que pode ser muito nobre, precisa e justa, ainda sim, será uma menina sem cores. Porque é fixa, não gosta lá de andar por aí em devaneios. Não que o poeta não possa inventar e instituir leis, mas fundamentalmente cabe ao poeta, revolucionar... Estou muito triste em estar olhando, de boca cerrada um novo momento ser escrito, por novos poetas e novas leis, mas o que me deixa infeliz é que o meu poeta maculou a sua poesia, sei que não foi inocente, sei tambem que não foi por atitude altruista, foi simplesmente a necessidade capitalista de envelhecer de forma confortaval, afinal, eu quero, as entidades de classe querem e todas as pessoas merecem. Mas quando a pessoa é dado ao direito, corrigindo, à função de fazer poesia, antes de mais nada, é preciso alertar, educar para o fato de que a Arte é rebelde e não anda em sentido de direita ou esquerda, a poesia voa, quando analiso a origem e a direção da obra de Arte, afirmo que não segue diretrizes, a Arte é a unica manifestação livre do ser humano. E isso a historia já está cansada de nos indicar, mesmo quando contada pelos politicos vencedores. Não quero (sei que é pedir demais) ser entendida como alguem que defende o lado A ou o lado B. Minha canção de liberdade e identidade está sendo maculada por todos e todas nestes dias, porque quem pariu não tomou a atitude que agradou a maioria, não decidiu pelo osso que tem a fratura exposta, e que há muito anda doente, e necessita de remedio para sarar a dor, ou curar a fratura? Sabemos que há tempos essa merda ia se dá. Estou sangrando também, as vezes desejo defender o pai da minha canção, mas Xangô sinaliza que não seria justo. Outras vezes quero esculhambar o poeta da minha canção querida, e Oxum diz que é preciso mel. Enfim, sigo poeticamente sofrendo e querendo separar a Arte dos condutores dela, acredito que esse seja um grande exercício. Vamos colocar a obra de arte nos altares da liberdade e vamos começar a entender que o mundo segue com as leis dos negocios e dos negociantes. "Triste Bahia..."

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