Oxum,
que nasce reluzente na minha fronte,
mostra o espelho dos meus anos,
nos meus cabelos negros,
que as águas do Sergimirim perfumam na memória dos meus pés descalços e meu Odú de ouro;
A minha linda Yansã menina,
que se levanta com sua espada afiada,
em leve e cintilante asas de borboletas,
que em sua imensa bondade doa suas nove cabeças para nos salvar;
A guerreira e tenaz Obá,
desconstruíndo o sensivel feminino;
A Ewá a dona da minha voz,
do encanto e poder do som das minhas palavras,
céu cor-de-rosa no alvorecer e no entarder do horizonte do Bonfim.
Seguindo o firmamento das estradas que me conduzem ao conhecimento da academia branca,que exclui meu povo.
Nanã,
que me fez voltar da lama do berçario do mangue do Conde,
a minha velhinha da grinalda lilás,
do caminhar lento e curvo a me esperar quando tudo se cumprir,
na mais pura beleza que é viver por aqui;
Aos perigos e poderes do feminino das Yamins,
na insurreição do meu ser mulher,
não me deixem permenecer em ilusões.
Dai-me olhos atentos e passo veloz;
Odoiá Iemanjá,
trago na conta que carrega o meu peito vasto de tanto pulsar.
dona de todo ori do mundo.
A Jurema e Onira,
que juntas me carregam,ninam e secam meu pranto;
A benção as mais velhas,
as mais novas também.
A tudo que é vida entre o céu e a terra.
“Abre-te campo formoso,cheio de tanta alegria”
Caminhos Aláfiádos.
Axé!
Nenhum comentário:
Postar um comentário