segunda-feira, 9 de abril de 2012

Meu canto às Yabás!

 Oxum, 
que nasce reluzente na minha fronte, mostra o espelho dos meus anos, 
nos meus cabelos negros, 
que as águas do Sergimirim perfumam na memória dos meus pés descalços e meu Odú de ouro;
 A minha linda Yansã menina,
 que se levanta com sua espada afiada, 
em leve e cintilante asas de borboletas, 
que em sua imensa bondade doa suas nove cabeças para nos salvar;
 A guerreira e tenaz Obá,
desconstruíndo o sensivel feminino; 
A Ewá a dona da minha voz,
do encanto e poder do som das minhas palavras, 
céu cor-de-rosa no alvorecer e no entarder do horizonte do Bonfim.
Seguindo o firmamento das estradas que me conduzem ao conhecimento da academia branca,que exclui meu povo. 
Nanã, 
que me fez voltar da lama do berçario do mangue do Conde,
 a minha velhinha da grinalda lilás, 
do caminhar lento e curvo a me esperar quando tudo se cumprir, na mais pura beleza que é viver por aqui;
 Aos perigos e poderes do feminino das Yamins, 
na insurreição do meu ser mulher,
 não me deixem permenecer em ilusões.
 Dai-me olhos atentos e passo veloz; 
Odoiá Iemanjá,
 trago na conta que carrega o meu peito vasto de tanto pulsar. 
dona de todo ori do mundo. 
A Jurema e Onira,
que juntas me carregam,ninam e secam meu pranto; 
 A benção as mais velhas,
as mais novas também.
A tudo que é vida entre o céu e a terra.


 “Abre-te campo formoso,cheio de tanta alegria” 



 Caminhos Aláfiádos. Axé!

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