quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sou toda ouvidos..

Ando encantada com o conceito do inacabado de Paulo Freire,então estou revendo toda a minha construção vaidosa querer ser mais,melhor,perfeita.Não sabia que era tão difícil se desnudar,começar a permitir que os "outros" falem e que me permita a respeitar as sandices alheias sem disparar meus comentários inflamáveis.Fui consultar um oráculo e o conselho que ele me deu foi que eu deveria agir como a flecha certeira de Oxossi,OXOTOCANXÔXÔ .Pense aí,uma pessoa toda trabalhada nas certezas,começar a desacelerar,viver trotando,corre,para,corre outra vez.Tom Zé certa vez me disse que a gente tem que aprender para parar de apanhar,e a minha lição é calar,manter-se em silêncio para deixar que as pessoas se expressem.A economia das minhas palavras é que me direcionam para caminhos muitos mais generosos,pois voltando a Paulo Freire o mais importante em ser gente é sempre voltar e olhar o outro com a compreensão que a gente só ensina quando respeita a autonomia do outro.Acredito que a maior prova de amor é respeitar a liberdade do outro e isso passa por sempre ouvir,esse é meu exercício,ser toda ouvidos.Já falei tanta coisa que feriu e ainda feri,já ouvi também, não quero também com essa ideia de inacabada e de que preciso deixar as pessoas passarem com suas bandeiras,silenciar diante violências que não permitem a beleza de ser gente,então continuo a gritar quando a porrada esbarrar em mim e em quem amo,só que como o oráculo disse e mesmo clichê é de uma sabedoria incrível: Não jogue pérolas aos porcos!
Sei que na maioria das vezes não produzo pérolas,mais ainda não perdi a capacidade de acreditar na PESSOA,na transformação de uma ordem mais equânime que valorize o que é ser gente em todas a sua diversidade.Enfrentamento significa propor,educar.Resistir,lutar não é ofender o tempo todo.O entendimento sobre esse viver é difícil mas necessário,quando o que se escolheu viver é mudar o mundo sem ferir ninguém.Então se ei de sangrar que cumpra meu destino,melhor que viver com o caminho encardido de tanto sangrar o outro! 

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