Divino Luxo!

Como diz Jurandy Roque no seu album do Facebook : "como se fosse o sol desvirginando a madrugada". Esse é o horário mais luxuoso para se viver a cidade. Peões que não são mais escravos,porem ,continuam num regime de servidão que controla seus corpos, e que pensam em ganhar na sorte grande e mandar o chefe do setor tomar no "decote profundo".O trabalho ainda é uma grande injustiça que não conseguimos ajustar,como amar o que por muito é visto como castigo e exploração?Pessoas entregues a uma liberdade efusiva,jogadas no chão em sono profundo e desapegado (como Julivaldo) ou outras que de tanto pensar não conseguem dormir,e se encontram para conversar sobre tudo. Encontro-me nesta categoria, penso demais, e acontece que gente que pensa demais enlouquece. Nos últimos dias não tenho enfrentado minha insensatez de forma dolorosa. Essa coisa de não dormir, de querer ir a onde os "normais" não estão,vez ou outra me presenteia,como neste dia de natal do ano de 2010. Encontrar Anna Hilda, Julivaldo e ver os primeiros raios em Itapema e logo após, no adro da matriz, encontrar Thiago e Jurandy Roque, é um presente luxuoso do universo.Observar a vida acordando,numa cidade que  construção e ruína vivem uma sinfonia desafinada e que mesmo gritando,como uma mãe escandalosa a chamar seus filhos,nos encanta.Sempre digo que eu e Santo Amaro somos muito fotogênicas,mãe e filhas lindas na foto,sou pós moderna,tá.Mas o que vemos na foto é o nosso amor por essa cidade,que não nos liberta.Cansei de maldizer minha velhinha.O amor tem dessas,quem não consegue amar a sua terra,vive em maldição .Entendo isso e amo meu Santinho,todas as suas ruas me conhecem e eu as conheço também,mas o que me avassala mesmo é o nosso jeito de falar,de se sentir muito melhor do que somos.Somos deliciosos,seja onde for,podemos ser delícia filosofando em Yorubá,ou dançando arrocha num buteco de 5ª.Não precisamos de famosidades para nos entendermos por demais necessários,evidente que idiotas,consumidores,puxa sacos e encostos sempre vão existir,isto não é uma peculiaridade da nossa gente,vejo esta coisa de ser infeliz em todos os lugares.Espero viver momentos como esses mais vezes,entretanto,de forma que não vire doença,peso. Talvez quando tudo der certo e a revolução já tenha acontecido, essas pessoas que aí estão,retornem do seu lugar de conforto,e comemorem comigo,nos raios do alvorecer a FELICIDADE enfim!