A nova poesia da musica brasileira!

Na história da música brasileira, esse inicio do Sec. XXI vai ficar marcado pela imensa beleza de fazer musica dos caras de São Paulo. Compositores e músicos como Kiko Dinucci entre outros, com Metá Metá e grande parceiro de Juçara Marçal, e agora com no novo álbum de Elza Soares com eles. A mulher do fim do mundo é um desbunde para quem acredita como eu, que arte tem que se rebelar.
Esse povo paulista botou literalmente Pra fuder,  os paulistas são responsáveis por mudar o cenário apático que vivíamos nesses últimos 10 anos com o MPB indie chata e feita para vender, industria cultural com roupinha pseudo cult.
Ao contrário de Gal Costa que traz no seu novo álbum musicas sem sentimentos - Gal escolheu compositores como Malu Magalhães e o povo igualmente chatinho apadrinhado por Caetano Veloso- no seu insosso Estratosférica. Elza Soares colou nos artistas de São Paulo e nos presenteia até o momento com o melhor álbum de 2015, entrando na lista junto com Encarnado de Juçara Marçal como os melhores discos em poesia, coragem instrumental, criatividade, cantado por grandes vozes, por mulheres que quebram e furam a fila das cantoras fofas- não aguento mais tanta fofurinhas-  e imitadoras desengonçadas das Divas Pop's Norte Americana do Contemporâneo.

Vida longa aos compositores e músicos paulistas, eles são o sangue na veia da nossa música, eles não deixam a ARTE morrer!!

A mulher do fim do mundo- Elza Soares 2015

http://www.naturamusical.com.br/jplayer/13680

Encarnado- Juçara Marçal 2014

https://www.youtube.com/watch?v=18p5_PiPk8E

Treinamento

Treino da luz, 

prespectiva 

procura 

luminosidade

filtro

claridade 

desfoque

definição

na escola a gente conversa sobre tudo...

Ser professora de adolescente é uma delícia.

Tenho um educando que no inicio do ano letivo era totalmente avesso às minhas aulas, mas atualmente  tem uma relação muito legal comigo, percebo no olhar dele que me admira como artista. Hoje, como em todos os outros dias que estou na escola, ele me procurou para conversar, na maioria das vezes o tema é voltado para pintura, arte popular, porem, hoje a resenha foi diferente:

-Amapagu tenho uma coisa para te contar.

tomei um susto, professor vive assustado com essas confissões de aluno.

- você sabe o estabelecimento de fulano de tal?
- sei sim. o que todo mundo vai para namorar, transar com a desculpa que 'tá' bebendo?
- esse mesmo. um rapaz morreu lá!

no meu espanto cômico (já ria descontroladamente, porque a cara dele estava igual ao dos meus amigos quando vem contar esses "babados") gritei:

- ele morreu transando foi?

caímos numa risada convulsiva e ele interrompe:

- dizem que ele morreu porque tomou pramil

pergunto:

- a policia foi para o local? ele estava com  a esposa ou amante, ele estava com outro homem?

ele me responde:

- a policia foi com o rabecão, o resto eu não sei Amapagu, aí é muito detalhe. o que sei mesmo e que todo mundo me disse é que o "negocio" dele continuou duro.

aí eu não podia perder  a piada:

- pelo menos ele morreu procurando gozar em vida!!!

Na tentativa de articular de forma justa o sentido do pedido de perdão, a necessidade de punir quem comete a violência.
 Pedir perdão é fácil quero ver reparar os crimes, ninguém procura advogado de defesa sem expor a vitima à humilhação.
Ando fudida com  a minha incapacidade para esquecer e calar para coisas absurdas. Cada dia é mais difícil ser Cristo. Isso me entristece!

Sabejé, o ritual de humildade em louvor ao orixá da cura e Rei da terra.

Exercício de fé e muito amor realizado pelas mulheres de axé durante o mês de Agosto, em louvor ao Orixá da Cura e responsável pelo elemento terra, o Sabejé requer preparo físico e principalmente desprendimento total do ego. Consiste em sair pelas ruas da cidade, trajadas das vestes da religião do candomblé, com balaio cheio da "flor do velho"(pipoca) e desta forma  "esmolar" numa relação de troca de energia, onde essas filhas devotadas oferecem a flor, que pode ser num banho ou apenas colocada nas mãos de quem recebe, seja para ser comida, ou para outra finalidade, elas fazem ainda a qualquer pessoa que solicita, ainda que não colaborem com dinheiro.
 Em tempos de perigosa expansão da intolerância contra as religiões de matriz africana, esse ato sagrado se torna de muito coragem e humildade.
É de imensa riqueza passar por essa experiência, mesmo como uma estudante de arte/cultura, andar com essas mulheres e poder participar de um manifesto político de afirmação, torna visível no espaço publico que a África ancestral está entre nós, linda, poderosamente nos lembrando que ela se faz presente.
Vi tanta gente se manifestando de forma fervorosa e  respeitosa, uma crença na cura. Emocionei-me  com uma criança que quando avistou Omolu começou a gritar feliz que queria pegar no Orixá, uma senhora que sofre de enfermidade clamando pela cura, pelo carinho e solidariedade que Alzira, Camila e Mãe Tina de Yemanjá recebiam e atendiam às pessoas. Sou muito grata a essas mulheres do Ilê Axé Oju Onirê pela generosidade e positividade que espalharam pela minha cidade, tão velinha e doente, destruída pelas mazelas dos homens que tomam o poder.
Gratidão a todo povo do candomblé que salvaguardam a divindade tão fundamental para a nossa harmonia. Reverencio com ao Orixá Omolu, Obaluaiê, que no sincretismo é São Roque e São Lázaro,  reverencio a divindade
presença que se manifesta no aqui, agora e sempre, quando a materialidade dos venenos todos os dias tenta nos matar

é impossivel ser feliz sozinho, agora sob nova fala.

Depois de ser abordado pelos evangélicos e seus folhetos que falam em dinheiro na procissão de São Domingos Gusmão. Seu Eugênio "em água" e solitário, dispara:

- Esta é minha casa, vou abrir o portão de boa para você fazer uma foto.

Agradeço, mas afirmo que a porteira é linda. Não sei como, eu tenho um dom especial para me meter nas intimidades. E pergunto se ele tem filhos e ele me responde com toda sabedoria que só quem chega neste ponto da vida:

- Minha querida, ninguém é feliz sozinho!!!

Acredito que seu Eugênio mesmo distante de Vinicius de Moraes, fez do dia de hoje em Saubara algo bem intimo da poesia.

Nêgo Fugido (dirigido)

Estudar fotografia, ficar regulando o modo manual ( velocidade, abertura, ISO) a cada mudança de luz expande a minha consciência para outros lugares possíveis para a arte que busco fazer. Os domingso de julho em Acupe é um desses momentos para exercitar um pouco. Amo fotografar o espontâneo, a beleza do acaso, mas nada mais profundo e contente do que fazer direção de cena, essa imagem é fruto de minhas intromissões e da generosidade do povo da comunidade, é um deslumbre a forma que as pessoas se entregam a interpretação do personagem, a forma empoderada que eles se apresentam, o vigor cênico que eles levam às suas ruas, uma imensa beleza. Espero que a minha Canon T5i que já me apresenta suas limitações, permita aprimorar a técnica, ainda não me sinto confortável em assinar e manipular em programas (que são muito bons) de edição. Enquanto isso vou aventurando por aí, contanto com a lindeza que as pessoas são capazes de conceber. Fico feliz!!!